Perigos da Internet para Crianças e Adolescentes – Parte 1
18 de set. de 2025
A internet oferece inúmeras oportunidades de aprendizado, lazer e socialização. Porém, junto com os benefícios, existem riscos online que podem afetar seriamente crianças e adolescentes. Muitos desses perigos passam despercebidos pelos pais, justamente porque começam em ambientes aparentemente inofensivos, como jogos online. Um exemplo bastante comum é o Roblox, um jogo popular entre crianças e jovens. Nele, as crianças podem construir mundos, criar personagens e interagir com amigos. Mas, o que muitos pais não sabem é que dentro do jogo existem chats e convites que podem levar a outras plataformas externas, como servidores no Discord.
Riscos de jogos online e plataformas digitais
O que começa como uma simples troca de mensagens no Roblox pode se transformar em convites para grupos fechados no Discord, uma plataforma que permite conversas por texto, voz e vídeo. Essa transição é sutil: a criança recebe o convite de alguém que se apresenta como “amigo de jogo” e, movida pela curiosidade, aceita participar. No Discord, os perigos online aumentam, pois nem sempre há filtros de segurança eficazes. Interações podem envolver pessoas desconhecidas, muitas vezes adultas, que se passam por adolescentes. Entre os riscos estão:
Exposição a conteúdo inapropriado para a idade.
Cyberbullying e manipulação psicológica.
Exploração financeira, com pedidos de compras ou doações dentro do jogo.
Aliciamento online (grooming), quando pessoas mal-intencionadas tentam ganhar a confiança da criança.
Doxxing: ocorre quando informações pessoais da criança ou adolescente — como nome completo, endereço, fotos, escola ou rotina — são divulgadas online sem consentimento. Isso pode levar a ameaças físicas, perseguição, assédio e manipulação psicológica, tornando os jovens vítimas de crimes digitais.
Dica prática para pais: ensine seus filhos a não compartilhar informações pessoais, mesmo que pareçam inofensivas. Verifique configurações de privacidade, monitore contatos e chats, e reforce que qualquer pedido de dados pessoais deve ser comunicado imediatamente a um adulto de confiança.
O mais preocupante é que esse processo ocorre de forma quase invisível para os pais. A criança começa jogando algo aparentemente seguro, faz amigos online e, sem perceber, entra em uma rede de contatos que a família nem imagina que exista.
Idade mínima para plataformas digitais
Discord: idade mínima oficial de 13 anos.
Roblox: menores de 13 anos têm restrições de comunicação e acesso a conteúdos, conforme configurações de maturidade (“Minimal”, “Mild”, “Moderate”, “Restricted”). Conteúdos “Restricted” normalmente exigem verificação de idade, a partir de 17 ou 18 anos.
Como proteger crianças na internet
Para reduzir os riscos e promover um uso seguro da internet, seguem recomendações práticas para famílias:
Estabelecer horários de uso
Defina períodos específicos do dia para jogos e atividades online
Prefira o uso durante o dia, com supervisão natural
2. Manter a criança em locais visíveis
Jogos e conversas online devem acontecer em áreas comuns da casa (sala, sala
de jantar) .
Evite o uso de fones de ouvido sem supervisão .
3. Configurações de privacidade e controle parental
Roblox: restringir mensagens diretas, monitorar conteúdos conforme idade .
Discord: verifique servidores, contatos e canais, garantindo que sejam
apropriados .
4. Diálogo aberto e educação digital
Ensine o que é seguro ou não, como agir diante de convites de estranhos ou
conteúdo inadequado .
Explique que nem tudo que é “divertido” online é seguro .
Converse sobre doxxing, reforçando os riscos e a importância de não
compartilhar informações pessoais .
5. Evitar superproteção excessiva
Vigiar é importante, mas sem criar sensação de “não confiam em mim” .
Superproteção pode gerar insegurança e baixa autoestima.
6. Incentivar alternativas offline
Esportes, artes, hobbies presenciais, encontros com amigos em casa ou fora dela.
Jogos de tabuleiro, leitura, música e atividades manuais equilibram o digital.
Observações finais
Estabeleça horários, locais visíveis e monitoramento de plataformas online, evitando
fones de ouvido constantes. Converse sempre com a criança sobre o que vê na internet .
Reforce a proteção contra doxxing: explique o que é, os riscos que crianças e jovens correm e a importância de não compartilhar dados pessoais.
Procure imediatamente um profissional da saúde mental e do desenvolvimento ao notar sinais de alterações de humor, sono, apetite ou comportamento, mesmo que sutis.